quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

letra e música

vocês devem estar se perguntando, ao perceber nosso escondido top 5 no canto do blogue: meninas, por que letra e música? e, de fato, esta foi nossa opção, sem pensar duas vezes.

e a gente responde, em uníssono:


i thought i would never fall in love again, but then pop! goes my heart!

letra e música 2 já!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

férias 2

ah, sim, só pra postar em grupos de dois.

também vi:




e esse:



e me pergunto: meu-deus, cadê a comédia?
é férias. tempo de ver filme ruim. e eu começo este post pelo pior:




kate hudson e esse cara que pensa que é galã e...



alguém como você, com a ashley judd e o hugh jackman.

neste ponto, você me pergunta: Raquel, por que você continua vendo comédia romântica com o hugh jackman? e eu te respondo: sky, tevê é isso.
enfim, de qualquer maneira, tudo o que eu tenho a dizer - além do cabelo seboso da ashley judd que incomodou até os homens mais machos aqui de casa - é que os dois filmes são IGUAIS. não se preocupe em ver os dois. e tudo o que parece óbvio realmente é tralalalalá, peito gostoso do hugh jackman, tralalalalá, machismo óbvio e uma só piada boa.

feliz natal, galera

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

veinte!

Pra comemorar vinte posts, finalmente uma comédia romântica BOA...


"Não é você, sou eu", filme argentino de 2004, com música de Jorge Drexler etc etc etc. Pra todo mundo que já ficou INSUPORTÁVEL depois que levou um fora.

Nem preciso dizer que eu me identifiquei, principalmente com cenas como esta (en español):



Total já fiz isso.

Mesmo.

domingo, 23 de novembro de 2008

ele merece um post próprio


realmente personagens secundários podem melhorar muito comédias românticas, dando o tom inverossímil da coisa (que é o que a gente gosta nas novelas também!). por exemplo, um cara todo careta e travado como nosso protagonista Hugh dificilmente moraria com o Spike acima. tudo bem, dificilmente ele conheceria uma atriz de cinema milionária e casaria com ela também. e aqui mais um trecho do Spike para nós:

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

um lugar

Putz, cheguei em casa pensando "é isso! já sei qual é o número 5!", mas aí já esqueci...
enfim, vim escrever sobre outra coisa. uma pérola que vi hoje, e que aliás faz muito sentido: quando o primeiro ministro da comédia romântica encontra a grande rainha do gênero, temos...



... a melhor trilha sonora do mundo! e, aliás, se desconsiderarmos totalmente a história de amor, podemos dizer que o filme cumpre os pre-requisitos básicos que eu e a lili estamos tentando traçar, i. e., C>R (onde C significa o potencial risível do filme, e R o romântico), 2>1 (personagens e atores secundários são melhores que os principais), com o bônus de que esses personagens secundários são legais e esquisitos, andando no mesmo tema de Não-sei-quantos casamentos e um funeral, também com your highness, Mr. Grant.

ainda assim, o encontro salutar dos dois dos maiores atores de comédia romântica de toda a fauna roliúdeana nos traz ainda mais uma coisa. primeiro, a insuportável julia roberts tirando sarro dela mesma. não, não é isso. é simplesmente o fato de que ela não consegue disfarçar aquele sorrisinho de vaca que ela tem - o que faz dela a escolha certa para um filme como Closer - aliado fielmente ao jeitinho canalha do Seu Grant, na iminência de ser pego com aquela prostituta. aquela.

o que, no fim das contas, faz deles o casal perfeito...

she may be the face i cant forget...

não sei se gosto ou não desse filme - não é que nem a casa do lago que eu sei que gosto, mas gostaria de não gostar. eu juro que eu assumiria. por enquanto, eu fico só com a trilha sonora.

ah, e o homemate galês.

ah, lembrei o nome do filme...!

sábado, 15 de novembro de 2008

top 5

Só quero dizer que foi muito difícil achar 5 comédias românticas boas pra fazer um top 5 (aliás, ainda falta uma). Ia ser muito mais fácil fazer um Bottom 5.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Minha mãe quer que eu case

Em mais um caso de protagonista neurótica, temos agora a não-mais-adolescente-ainda-metida-a-santinha Mandy Moore no filme que nomeia o post.
Sua mãe, Diane Keaton, ainda mais chata que a filha, tenta repetir a dose solteirona solitária em 'Alguém tem que ceder'. Só que ela não consegue, e a dupla leva o filme àquele problema recorrente em comédias românticas: a falta de comédia.




A história é a seguinte: a mãe, preocupada porque a filha não consegue achar marido, coloca um anúncio no jornal procurando o homem perfeito. Aí depois de aparecerem tipos dos mais bizarros, como carecas, pessoas com toc, carentes, com cabelo ensebado, latinos, indianos e negros (é, exatamente) aparece o homem ideal. Ele é branco, alto, rico, bonito e bem sucedido. A mãe logo marca um date entre eles, só que surge o porém. O baixista da banda do restaurante vê a movimentação e vai lá ver de qualé. Por algum motivo ele se interessa por aquela situação bizarra, descobre onde a Mandy trabalha e vai lá jogar um papo-mole.

A mocinha então começa a sair com os dois possíveis maridos, para escolher. Um é metido a perfeito, o outro é legal, viúvo e cuida do filhinho. Ele é, aliás, um dos poucos personagens simpáticos do filme, além da irmã mais velha da Mandy, a eterna Lorelai no papel eu-já-não-sou-mais-jovem-só-posso fazer-papel-de-irmã-mais-velha-da-mocinha.

O filme vai se arrastando nesse dilema de qual marido eu escolho, até que o bonzinho descobre que ela anda saindo com os dois e fica puto. Apesar disso ela continua com aquela cara de sonsinha. Enfim, não sei mais o escrever. O filme é tão previsível que até falar sobre ele fica meio previsível. Só posso dizer isso: não vejam.

Pensando bem, até que tem coisinhas pra eu falar. Por que sempre são as mulheres as histéricas desesperadas para casar? Os dois candidatos também parecem estar procurando a mulher ideal, aliás, eles meio que falam isso no filme, mas porque então ela tem que ser a histérica? Estou perguntando, mas sei a resposta. Aquele velho tosco machismo. Tudo bem, comédias românticas não são feitas para investigar as profundezas das pessoas, ou seus dilemas cotidianos. Tudo gira em torno de uma ou outra escolha principal no clímax, lá pela 1 hora e 40 minutos: caso com esse ou com aquele? fico com a bonita ou a inteligente? dou mais uma chance pra pessoa amada ou vou para o aeroporto esperar uma declaração de amor que vai mudar minha vida pra sempre?

Mas existem comédias românticas que são pelo menos engraçadas, e algumas não são tão preconceituosas. Por exemplo, no Clube de leitura da Jane Austen, a comédia romântica mais legal, apesar de o mundo inteiro ser branco, tem uma lésbica bem resolvida! Não é uma polêmica, um drama, é somente uma lésbica como tantas que a gente conhece...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Se tem uma coisa que só deus explica é por que eu gosto tanto desse filme:


Reparem que no cartaz parece que é uma releitura de ghost- do outro lado da vida. E a escolha do Keanu Reeves como fantasma nãopoderia ser mais acertada, como o lance de ele ser o Dr. Manhattan no filme do Watchmen.

Como eu vinha dizendo com Kate & Leopold - nascidos para matar, quer dizer, feitos um pro outro, um filme com o plot totalmente absurdo não é necessariamente ruim. Aliás, parando pra pensar agora, realmente, os dois filmes têm esse lance de viagem no tempo, só que no Lake House a diferença é de dois anos. Dois anos! - o que faz desse filme tão bizarramente especial.

Também tem o tema do cabelo:

A escolha capilar da Sandra Bullock não é exatamente aerodinâmica, mas o corte é something else. Há muitos anos militante do direito das mulheres hétero de usarem cabelo curto, não posso deixar de vibrar com esse desfiadinho com franja. Já cheguei na Celeste, minha querida cabelereira, e disse: Focaliza Sandra Bullock! Até gravei o dvd pra ela. Veremos...

Também tem o quesito "moda", e o sobretudo que a Sandrinha usa nas últimas cenas, oh my...


Como diria a Mariah Carrey, I would give my all to have just one more night with you... Cara, muito fofo esse casaco.

Mas, enfim, quanto ao filme em si, a parte mais legal é o lance da arquitetura, que, como estamos falando em roliúde, é muito mal aproveitado. O No-expression-Keanu é um arquiteto filho de arquiteto irmão de arquiteto. E chega uma hora que ele convida a San-san pra dar um rolé na cidade, olhando os prédios. Fofo.

Claro que o Keanu Reeves estraga tudo. É que nem a Keira. Começando pelo nome, claro.

Uma das partes mais importantes é o relacionamento do mocinho com o pai, que é um ególatra inveterado. E que a casa do lago realmente significa *SPOILER* a estrutura da família dele que ruiu - o que a Sandreca também experimenta, quando vive lá. Quer dizer, a casa não é só casa.

Tá, claro que o filme é horrível e só deus sabe porque é que eu gosto tanto...

sábado, 8 de novembro de 2008

celebrity deathmatch

Já que estamos nessa, o que vocês acham de:

Hugh Jackman, australiano, bonitão, nova promessa da comédia romântica, péssimo Wolverine, estreante de latin lover

VERSUS


One-thousand-faces Johnny Depp, grande ator, grande pirata, eterno Don Juan.

kate & leopold 2

Dando mais bola para filme ruim: além do cabelo orríveo e as demais razões citadas, há mais motivos ainda para detestar Kate & Leopold.

Primeiro, as roupas. De qual é das roupas da Meg Ryan? É pra ela ficar parecendo uma mulher fora do seu tempo? Jesus!, alguém foi pago para escolher essas roupas. E pra desenha-las e costura-las e vende-las... Como foi que ninguém abortou a operação antes do filme parecer ridículo?

... quer dizer, mais ridículo.

Enfim. Outra regra da comédia romântica estilhaçada por este filme é a dos personagens secundários: eles devem segurar a parte cômica da coisa, vide Notting Hill. Eles são a alma sutil do filme. Mas, no queiteãnléopoudi, como comédia non est, os pobres dos personagens secundários são sofríveis: o ex-namorado da queite (ex namorado em comédia romântica?!) e o irmão da queite, que não são nada mais do que ex e irmão.

Superemos este filme. Já.

feitos um pro outro

Filmes com premissas absurdas não são necessariamente ruins - vide vida marinha com steve zissou ou qualquer comédia do Ackroyd -, mas quando são ruins, são insuperáveis.

Como é impossível determinar qual é a pior comédia romântica do mundo, sendo que o gênero tem milhares de pérolas, fica só como uma das piores comédias românticas do mundo, Kate and Leopold.



Regra número um pra qualuqe comédia romântica: mocinho e mocinha devem ser carismáticos. MUITO carismáticos. E, apesar do roteiro ridículo, Hugh Jackman tenta bravamente cumprir o seu papel, às vezes profundamente desafiado pela cara de pão-e-água da Meg Ryan, exibindo o pior cabelo do mundo - o que merece um parágrafo à parte.

DO CABELO DA MEG RYAN
Eu não odeio a Meg Ryan: até digo por aí, em alto e bom som, que prefiro Cidade dos Anjos a Asas do Desejo. Ela faz uns filmes engraçadinhos e, apesar de ser não nenhuma Sandra Bullock em Miss Simpatia, também não estraga nenhum filme. Ela tá assim entre a Catherine Zeta-Jones e a Julia Roberts: uma não sabe atuar e a outra é um porre. Enfim. Só que aí vem, out of the blue, esse, esse... filme.


Alguém colocou sei-lá-o-quê no cabelo dela, que não se move e parece que está ensebado há dias. Tipo visu Gyselle do último Big Brother - que eu só vi uma vez, suficiente para ativar meu alerta sanitário. O que é tolerável em uma pessoa presa um mês numa casa em que ela tem que tomar banho de biquini, sucetível às vicissitudes do destino, não pode ser algo desejável para uma estrela de um milhão de dólares. Tipo, alguém foi efetivamente pago pra fazer aquele cabelo, meu deus do céu.

Oquei. Segunda regra de uma comédia romântica: humor. É subentendido que o filme tem que ser engraçado, do tipo que tem piadas. Aliás, uma fórmula infalível para uma comédia romântica é que o elemento comédia seja maior que o romântica. C > R, donde temos grandes clássicos como Notting Hill, Letra e Música, Miss Simpatia etc.

Mas, mesmo assim, se você insistir no traço "romântica", é pressuposto o romance. R > C, donde sairam Simplesmente amor, Corações apaixonados, Da magia à sedução etc. Quando você não tem um conflito entre o casal - mais do que o fato de que estão em séculos separados (!!!) - não tem romance. Voltamos ao tema do casal carismático non est.

*CONTINUA

terça-feira, 28 de outubro de 2008

I am Marianne Dashwood!

Take the Quiz here!



Eu tenho muito a protestar, mas pelo menos eu não sou a Emma. E so irmã da Lili, o que explica o blog...

domingo, 19 de outubro de 2008

Como esqueci...

do nosso querido, amado e gostoso Colin Firth? A Lizzie da adaptação da BBC realmente não é lá essas coisas (apesar de muito boa atriz, dessa última vez que vi não me convenceu tanto) mas o Darcy, ai! E, ao contrário da minha companheira investigativa, não gostei de NADA da versão nova de Orgulho e Preconceito, nem daquele Darcy com cara de coruja. Minha opinião sobre ele no final do filme continuou a mesma!

Aqui vemos o galã num daqueles momentos raros e iluminados em que o filme força uma situação que não tem no livro e dá certo. No caso, ele chega em sua propriedade, Pemberley, e resolve nadar no lago, sem saber que a Lizzie tá passeando por lá. Eles se encontram, e ele faz essa cara de "estou desalinhado e isso não é nada sexy em 1810, mas vocês dos anos 2000 não resistem que eu sei". E nós não resistimos mesmo!


Essa cena é só mais uma desculpa pra mostrar ele molhado e com o cabelo despenteado esbanjando charme, assim como a tal cena que aparece a bunda - dessa vez tomando banho na banheira, o que permite uma visualização mais detalhada do homem!

Aliás, acho que esse blogue merecia um post dedicado aos heróis da Jane Austen, sempre maravilhosos, bonitos, ricos e principalmente - ao contrário dos caras no geral - conseguem aprender a ser virtuosos e pessoas melhores com as mocinhas.

Na falta de tempo, destaco somente um ator que me convenceu, apesar da forçação não iluminada dessa versão de Mansfield Park. Não achei uma foto dele sozinho, então vai essa mesmo:

Não farei o post comentando todos os heróis das adaptações da Jane Austen, mas indico mais alguns links bobos:
The Men of Austen e Which Jane Austen Hero are you? e ainda mais um teste: Which Austen Heroine are you?
(Eu saí como Elinor Dashwood no teste da heroína - gosto muito dela, e Frederick Wentworth no de herói - meu eterno preferido!)

austenômetro II

Razão e Sentimento também é minhas adaptação preferida, mas a da BBC. Não vi o filme, só a série. Isso foi antes de decidir que não assisto mais nenhuma adaptação da Jane Auste, aliás. Depois de Orgulho e Preconceito com a magrela parei com essa história. Além da famigerada, odiei o ambiente "século XIX é a maior diversão".



Voltando, eu gostei que na série Razão e Sentimento as duas irmãs são bem jovens. Afinal, caidaça naquela época era a Anne Elliot de Persuasão, com 28 anos, que já tinha perdido a beleza e o vigor da juventude.
O forte do filme é o par Marianne e Willoughby, com aquele ar de bobeira romântica e juvenil. Destaque para ele, que tem um cara realmente ridícula, como podemos ver abaixo. (Não sei o nome do ator, mas é o mesmo que faz o maridinho de Mamma Mia!)


Emma tem mais uma adaptação com a enjoadinha Kate Beckinsale, numa versão também anoréxica. Quem conseguir assistir me avisa, eu não consegui passar dos 10 minutos. Pela foto já dá pra imaginar, né?


Acabo também com o Clube de leitura da Jane Austen. Dá vontade de reler todos os livros e montar um clube mesmo. Além de muito fofo e ainda nos revelou a Ursula Le Guin. Isso que é comédia romântica de verdade...
Indico também outros dois sites que achei nessas andanças: Jane Austen's World e Jane Austen Today.

austenômetro


Precursora do que mais tarde seria conhecido como "comédias românticas caça-marido", a pobre autora inglesa Jane Austen, como Albert Einstein, não tinha idéia do que estava criando. Por esse mesmo motivo, e talvez com um desejo secreto de perturbar o sono eterno desta que foi a autora inglesa mais importante do século XIX (não venha com Emily Dickinson pra cima de mim!), muitos, muitos filmes foram produzidos por roliúde a fim de abalar a sua reputação. Como o amor não tira férias, nós fazemos hoje um serviço para a humanidade listando algumas dessas bizarrices:

Austenômetro: uma qualificação apurada das adaptações de Jane Austen para o cinema, em ordem crescente de bizarrice:

Razão e Sentimento:


Esse filme é a melhor adaptação que eu vi. Foi, inclusive - apesar de que isso não significa muita coisa - Oscar de melhor roteiro em 1995. Acho que a Emma Thompson deve ser uma viciada em Austen desde criança: a primeira versão do roteiro ficou maior que o livro. Deve ser por esse motivo que respeitou as coisas mais importantes em um romance áustenco: a protagonista tem que ser uma quase coroa, no limite de "ficar para tia", a solterice dela, visualmente, tem que ser uma coisa que incomoda todos os padrões sociais. Em suma, uma heroína da Jane tem que ser mais ou menos igual a ela mesma.

Também gosto muito da Marianne, a personagem da Kate Winslet. Até porque eu adoro a Kate Winslet e ela adora a Jane Austen, então é tudo elas por elas.

O capitão não-lembro-o-nome é outro personagem excelente, porque o ator é o professor Snape, do Harry Potter - que depois vai fazer um par romântico com a Emma Thompson em Simplesmente amor. Ele é muito classudo e aquele sotaque, oh my...! Mas, ele não é o mocinho, por isso não é um personagem tão carismático. Aliás, uma coisa que eu acho muito triste a respeito desse livro - e que os outros não têm - é que o final é meio resignatório para a Marianne, que acaba tendo que abrir mão da paixão (ela é o "Sentimento" do título), em busca de alguma razão.

O fraco do filme, inclusive, é o mocinho, nada mais nada menos que o rei, ou melhor, o primeiro ministro das comédias românticas, Hugh Grant - alguém que perde muito carisma quando deixa de ser canalha. Enfim, a aptidão austenística do nosso querido chuchuzinho é o que lhe rendeu o papel em "O diário de Bridget Jones", lutando na lama com o nosso outro bilu-bilu do filme a seguir.

Orgulho e Preconceito:


Não assisti. Mas vi a bunda do Colin Flirth - suspiro! - em um vídeo no youtube, o que faz deste meu segundo austenfilme preferido.



A versão mais recente de Orgulho e Preconceito é quase boa. Escrevi largamente sobre ela, em tom de cólera, no meu outro blogue. Como eu ia dizendo a respeito de Razão e Sentimento, vocês devem se lembrar, as heroínas da Jane Austen são tiazonas, encalhadas, esquisitas - vejam bem as semelhanças com a protagonista deste filme, Keira Knightley, anoréxica, modelo da Chanel, 20 anos. Idêntico, né? Aliás, Keira tem as manhas de estragar filmes inestragáveis such as Piratas do Caribe, em que o Johnny Depp faz todo o trabalho sozinho. Graças a deus ela resolveu que isso não é mais trabalho pra ela. Eu também acho.

Mas, Pride and Prejudice, pra conseguir não ser estragado pela magrela, tem que ter muitas qualidades. E tem. Uma delas é o Mr Darcy, um ator desconhecido que opera fenomenalmente o tão conhecido pela crítica "efeito Darcy". Primeiro você odeia, depois não sabe porque a Lizzie gosta, e depois, ah... oh, Mr Darcy!... Estamos todas suspirando. Já vi isso acontecer diante dos meus olhos muitas vezes e inclusive, i dear say, também comigo.

Bom, além do mocinho, as personagens secundárias são muito boas, principalmente o Mr Bingley, que na minha imaginação não foi melhor.

Mansfield Park:


Primeira reação: loira peituda protagonista da Jane Austen? Como assim? Segunda reação: beleza, é dentuça.

Esse Mansfield Park é muito melhor - corre à boa pequena - que aquele outro, onde a mocinha se transforma em uma rebelde abolicionista. Aliás, nem vi e não me faz falta essa outra versão absurda.

Todos os atores são estreantes, e o filme é meio baixo orçamento, mas às vezes é melhor que essas pretenciosas adaptações roliudianas.


Emma:


Cara, se tem alguém que eu odeio mais que a Keira e a Julia Roberts juntas é a Gwyneth Paltrow. E se tem alguma coisa pior do que ela é ela mais jovem. Emma é uma personagem bem diferente da Jane Austen, porque é aquela mocinha rica arrogante que normalmente humilha suas heroínas. Não é tão carismática, mas o jogo está realmente aí. É lógico que quem escreveu o roteiro não entendeu nada, principalmente porque pra eles não era tão esquisito ver alguém humilhar os outros por causa da sua condição social. Se não deu pra sacar durante o filme - que tem um tom de pilhéria e um mal gosto evidentes -, é só dar play nos extras e ouvir os comentários do imbecil que é este diretor. Outra coisa óbvia é que os atores não leram o romance e frequentemente caracterizam a Jane Austen como escritora de comédia.

Resumir este filme em uma palavra: eca.

Bônus: Becoming Jane



Vocês já repararam que todos as adaptações tem essa faixinha no meio, com o título do filme? Já escrevi sobre isso também, é um fenômeno! tão ou quase maior do que o de roliúde achar que a Anne Hathaway pode fazer todos os papéis da humanidade. E é curioso, também, que nessa Era de atores se trasformarem nos seus personagens, como a Piaf, o Capote, o Jim Morrison, a semelhança da diabo veste prada com a nossa querida dramaturga seja tão... indireta.

O clube de leitura de Jane Austen:


Taí um filmezinho precioso. Pra quem é fã e/ou já passou por todo esse percurso penoso das adaptações janesísticas, O clube de leitura da Jane Austen é um excelente engodo para continuar pensando e sonhando com o universo ficcional que a autora produziu. Não vou contar mais nada, fica de surpresa.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

cai a última esperança

Da Folha:
07/10/2008 - 17h06

Anne Hathaway será Rainha Branca em "Alice" de Tim Burton


Dá pra alguém não fazer um filme com essa mulher???

Mamma Mia!



É comédia romântica? É um musical? É um filme adolescente?

É, contra todas as expectativas, muito bom. ABBA, humor nonsense, Colin Flirth, tudo conflui para que o "comédia" tenha mais peso que o "romântica", o que normalmente faz esse tipo de filme ser melhor do que a média. É infalível!

E, aliás, infalível também é a Merryl Streep, que prova mais uma vez que pode carregar qualquer filme nas costas.

Pra assistir com "O casamento de Muriel" esperando em casa, pra aproveitar a vibe ABBA.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

o amor não tem regras


Virou uma nova pala de tradutor? Agora a gente vai ter milhares de filmes que completam a frase "o amor não..."? Aliás, o filme tem que ser muito ruim pra querer pegar carona na fama de um filme do cacife de "o amor não tira férias", né?

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

3::grandes republicações

Na tentativa de chegar à essência da pergunta "o que é uma comédia romântica?" e talvez também ter uma pista de por que a Julia Roberts ganha tanto dinheiro, há uns anos eu publiquei o seguinte post no meu blogue. I hope you'll enjoy it.

Ele é um cara legal com um monte de problemas. O maior deles o leva a deixar a sua casa e viajar para algum outro lugar que não inspira muitas perspectivas. Atolado de trabalho e frustrações outras, ele mal repara na mulher dubiamente interessante que encontra no caminho. Ela é: bonita de uma forma esquisita, o cabelo meio desgrenhado e o corpo mal vestido; atrapalhada, mas perspicaz, conduz diálogos de nada naturalistas que o fazem sorrir, sem querer; solteira, é claro, possivelmente esta condição envolve um grande segredo – em suma, as respostas para os problemas dele.

O encontro deles tem uma boa probabilidade de ser, literalmente, um acidente. Afinal, todo mundo derrama o café ou desequilibra no metrô precisamente em cima de um grande galã.

Meus avós se conheceram em um ponto de ônibus, meus pais eram vizinhos, meu namorado lutava tai-chi. Acho que é assim com o amor mundano: sans glamour.

Certo, depois ter os problemas resolvidos pela pura força do amor, ele fica em dúvida: larga a vida perfeita, a noiva loira, os convites (já pagos) do casamento para dividir a vida com essa perfeita estranha? Afinal, o que eu faria no lugar dele, pensa, dramaticamente, o espectador, cheio de expectativa (com o perdão do trocadilho). É a parte do filme em que vem a lição de vida. Ecce:

*Aviso de spoiler*

Em “Forças do destino”, Ben Affleck descobre que a vida não é feita de momentos em que alguém se sente completo, mas daquilo que tem relevância no dia-a-dia.

Em “Tudo acontece em Elizabethtown”, Orlando Bloom descobre que a vida não tem de ser necessariamente feita do cotidiano que nos oprime, mas dos grandes momentos em que somos inteiros.

Em “As pontes de Madison”, aprendemos que, qualquer que seja a sua resposta para um dilema, ela está errada.

Em “Ela é demais”, “Nunca fui beijada” e “Grease”, o importante é trocar as suas roupas: isso faz de você uma pessoa melhor.

“Cidade dos anjos”: se você vai largar a imortalidade angelical por uma vida ordinária do lado do seu amor, verifique se ela tem a mesma consideração.

Em “Abaixo o amor“ e “Dez coisas que eu odeio em você”, devemos esquecer o quanto odiamos uma pessoa e parar para pensar no potencial que temos, eventualmente, de amá-la.

“Titanic” se você conhece, no navio, um cara que se diz o rei do mundo, e afirma que você está voando, são sinais ancestrais e inequívocos de uma hecatombe iminente.

Em “Don Juan de Marco”, tudo é uma questão de julgamento: se você conhece um cara que parece o Johnny Depp que quer se passar por um lorde espanhol, mas tem um péssimo sotaque, ele provavelmente é louco.

Em “Armadilha”, aprendemos que, o que quer que façamos de importante, sempre haverá alguém para reparar nas nossas bundas.

“Uma linda mulher” te ensina a nunca mais ver um filme da Julia Roberts que não seja “Closer”.

“Closer”não te ensina nada.

Em “Simplesmente amor”, fica finalmente declarado que o verdadeiro primeiro ministro do Reino Unido sempre foi e vai continuar sendo – ainda que secretamente – Hugh Grant.

“Ligações perigosas”: a perversão não compensa.

“Ghost – do outro lado da vida”: fazer vasos não é sexy.

“Segundas intenções parte 2” são terceiras intenções.

Já “Brilho Eterno de uma mente sem lembranças” grita “Por favor, não pinte o seu cabelo de azul quando tiver na fossa: provavelmente, você nunca mais o terá de volta, nem em 10 anos, quando você já tiver limpado sua memória em uma empresa obscura de nome latino”.

“Meu primeiro amor, parte 1”: em um filme sem o Zé Colméia, abelhas são, necessariamente, perigosas.

“Meu primeiro amor, parte 2”: piche não é divertido.

“O diário de Bridget Jones”: dietas estão em baixa, o legal é usar calcinha de vó.

“Quatro casamentos e um funeral”, qualquer semelhança com outra comédia do Hugh Grant não é mera coincidência.

“O diário de Bridget Jones – parte 2”, qualquer semelhança com outra comédia do Hugh Grant não é mera coincidência.

“Um grande garoto”, qualquer semelhança com outra comédia do Hugh Grant não é mera coincidência.

“Um lugar chamado Notting Hill”, qualquer semelhança com outra comédia do Hugh Grant não é mera coincidência.

“Letra e música”, qualquer semelhança com outra comédia do Hugh Grant não é mera coincidência.

“Alta fidelidade” grandes trilhas sonoras não fazem grandes filmes.

“Mais estranho que a ficção” não tenha sua vida narrada pela Emma Thompson, ingleses são muito dramáticos.

“Razão e sentimento” – o melhor é um meio termo entre os dois, os ingleses são muito dramáticos.

“Rambo” - não existe amor no Afeganistão. O subtítulo deveria ser: há uma diferença semântica entre afago e afegão.

Em “Orgulho e Preconceito”, o século XIX, na Inglaterra, era realmente divertido, mas procurar marido demais causa anorexia.

“Chocolate”: se você se apaixonar pelo Johnny Depp e ele por você, coma chocolate.

“Doce novembro”: Carpe Diem, na verdade, é sobre a iminência da morte.

“Por uma vida menos ordinária” – não deixe Deus se meter nos seus negócios.

Em “A bela adormecida” aprendemos a utilidade real da escova de dentes.

“Amores Brutos” é uma propaganda de airbags.

“Procura-se Amy” te ensina muitas coisas, e eu não tenho teorias sobre ele.

Em “Volver”, descobrimos como disfarçar um parricídio, caso o grande amor não seja bem o que parece.

Em ”Piratas do Caribe 3– no fim do mundo”, se o amor da sua vida faz um estranho pacto com forças marinhas dominadas por uma deidade batizada como uma banda paraense, não se aflija: em dez anos, depois de ter um filho quase órfão, você vai parecer exatamente como quando você tinha 17.

“Extermínio” e “Madrugada dos mortos”: quando o seu amor virar um zumbi, por favor, não hesite em matá-lo, mesmo que carregue o seu filho.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

2::mais questões filosóficas

Há ainda outros questionamentos: as comédias românticas são feitas porque há um público cativo ou há um público cativo que somente 'compra a idéia' das grandes empresas? (ou seria um processo dialético?) Quais são os valores transmitidos nas comédias românticas, porque e por quem? As pessoas acreditam que a vida acaba num final feliz, gostariam que isso acontecesse ou gostam desses filmes pela irrealidade? E ainda, por que o Hugh Grant e a Julia Roberts sempre fazem o mesmo papel e ainda assim são muito ricos?

1::questões filosóficas

Afinal, o que é uma comédia romântica?
Este nome já foi usado para as mais escusas razões... Filmes essencialmente opostos estão reunidos sob essa mesma égide ambígua e secreta.

Este blogue pretende esmiuçar os detalhes dessas questões, porque, afinal, o amor não tira férias, e as comédias românticas nos perseguem aonde quer que vamos.

é isso aí.