quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Minha mãe quer que eu case

Em mais um caso de protagonista neurótica, temos agora a não-mais-adolescente-ainda-metida-a-santinha Mandy Moore no filme que nomeia o post.
Sua mãe, Diane Keaton, ainda mais chata que a filha, tenta repetir a dose solteirona solitária em 'Alguém tem que ceder'. Só que ela não consegue, e a dupla leva o filme àquele problema recorrente em comédias românticas: a falta de comédia.




A história é a seguinte: a mãe, preocupada porque a filha não consegue achar marido, coloca um anúncio no jornal procurando o homem perfeito. Aí depois de aparecerem tipos dos mais bizarros, como carecas, pessoas com toc, carentes, com cabelo ensebado, latinos, indianos e negros (é, exatamente) aparece o homem ideal. Ele é branco, alto, rico, bonito e bem sucedido. A mãe logo marca um date entre eles, só que surge o porém. O baixista da banda do restaurante vê a movimentação e vai lá ver de qualé. Por algum motivo ele se interessa por aquela situação bizarra, descobre onde a Mandy trabalha e vai lá jogar um papo-mole.

A mocinha então começa a sair com os dois possíveis maridos, para escolher. Um é metido a perfeito, o outro é legal, viúvo e cuida do filhinho. Ele é, aliás, um dos poucos personagens simpáticos do filme, além da irmã mais velha da Mandy, a eterna Lorelai no papel eu-já-não-sou-mais-jovem-só-posso fazer-papel-de-irmã-mais-velha-da-mocinha.

O filme vai se arrastando nesse dilema de qual marido eu escolho, até que o bonzinho descobre que ela anda saindo com os dois e fica puto. Apesar disso ela continua com aquela cara de sonsinha. Enfim, não sei mais o escrever. O filme é tão previsível que até falar sobre ele fica meio previsível. Só posso dizer isso: não vejam.

Pensando bem, até que tem coisinhas pra eu falar. Por que sempre são as mulheres as histéricas desesperadas para casar? Os dois candidatos também parecem estar procurando a mulher ideal, aliás, eles meio que falam isso no filme, mas porque então ela tem que ser a histérica? Estou perguntando, mas sei a resposta. Aquele velho tosco machismo. Tudo bem, comédias românticas não são feitas para investigar as profundezas das pessoas, ou seus dilemas cotidianos. Tudo gira em torno de uma ou outra escolha principal no clímax, lá pela 1 hora e 40 minutos: caso com esse ou com aquele? fico com a bonita ou a inteligente? dou mais uma chance pra pessoa amada ou vou para o aeroporto esperar uma declaração de amor que vai mudar minha vida pra sempre?

Mas existem comédias românticas que são pelo menos engraçadas, e algumas não são tão preconceituosas. Por exemplo, no Clube de leitura da Jane Austen, a comédia romântica mais legal, apesar de o mundo inteiro ser branco, tem uma lésbica bem resolvida! Não é uma polêmica, um drama, é somente uma lésbica como tantas que a gente conhece...

Um comentário:

vina apsara disse...

nota mental: não chegar perto desse filme.